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Neil Turbin no Brasil!!!
  • Jai Club – 23 de abril de 2023

 Neste domingo dia 23 de abril tivemos a honra de receber Neil Turbin (ex vocalista do Anthrax), que veio encerrar suas apresentações no Brasil aqui em São Paulo, no Jai Club na Vila Mariana. Ele fez parte do primeiro disco, o qual é responsável por todas as composições, Fistful of Metal, lançado em 1982 e que este ano completa quarenta anos.

Seus dois shows anteriores aconteceram em 21 de abril no Espírito Santo no pub Correria Music em Vila Velha e em 22 de abril em Minas Gerais CDM Metal Fest no Campo do Meio. Sua banda de apoio é composta por Thales Stratkovicius (guitarrista do Hammathaz), Bill Martins (vocalista do Hellish War), Rafael Gonçalves (baterista do Brave) e Jaeder Menossi (guitarra), que ele fez questão de dizer que o apoia muito e que é seu preferido para todas as horas. Os responsáveis pela organização do evento foram o Som do Darma e a Caveira Velha produções.

A banda, muito competente e compromissada, entregou ao público o que se esperava: muito peso, velocidade e entrosamento. Os caras seguraram muito bem os vocais potentes do Neil e as músicas, principalmente as do Anthrax, soaram como nunca antes, até mesmo porque, a maioria delas nunca foi executada ao vivo. Isso foi dito pelo vocalista diversas vezes, declaradamente em tons de crítica por a banda negligenciar a existência do Fistful of Metal ao longo desses quarenta anos.

E entre um som e outro, havia também momentos de sua carreira solo, que provaram ser uma continuidade dos materiais de sua antiga banda, porém um pouco mais pesados. Músicas muito boas, Heavy Metal de verdade como todos ali estavam esperando.

A voz do Neil Turbin parece não ter sofrido nada com a passagem do tempo, muito pelo contrário, está ainda melhor do que aquilo que ouvíamos no passado. O cover do Alice Cooper estava lá, I'm Eighteen, pesado como nunca vi.

E claro que dentre todas ele deixou para os momentos finais a clássica Metal Thrashing Mad, que todo mundo idolatra e inclusive está quase sempre nos shows do  Anthrax.

O cara fez um apanhado legal de toda sua carreira, inclusive sem deixar para trás duas composições dele no segundo álbum do Anthrax, Spreading the Desease de 1985, Armed and Dangerous e Gung ho, executadas poderosamente para delírio dos fãs.

Muita presença de palco, muita conversa com o público, Niel apresentou todas as músicas e fez questão que as pessoas soubessem quais eram de sua carreira fora do Anthrax, se referindo ao Fistful of Metal como "Fistful Fourthy" diversas vezes, mostrando o orgulho que tem de ter composto o álbum.

Com um visual totalmente metal e em negro, ostentando um chapéu que lhe dava um ar de "cowboy from Helll", Neil Turbin esbanjou simpatia e convidou os fãs para tirarem fotos com ele e dar uma palavrinha ao final do espetáculo. Ele gosta bastante de falar e se mostra um cara que valoriza muito a união dos fãs do Metal em viver esse movimento.

O show foi acima da média a julgar pelo tamanho e simplicidade do Jai Club. Os presentes voltaram às suas adolescências, visto que a faixa etária da maioria passava dos quarenta anos, o que deixava bem claro que não era somente o Fistful of Metal que tinha essa durabilidade...A velha guarda do movimento estava lá celebrando também suas vidas e o melhor do Metal!

A seguir você lê uma breve entrevista que fiz com ele no dia seguinte, quando rolou um Meet & Greet gratuito no Metal Bar em Pinheiros...

Set do show:

Give em Hell

Death from Above

Crimson Warrior

I'm Eighteen

Across the River

Howling Fury

Anthrax

Riders of the Apocalipse

Armed and Dangerous

Hell Ride

Subjugator

Soldiers of Metal

Raise Hell

Fight till Death

Panic

Deathrider

Metal Thrashing Mad

Gung Ho

 

Neil Turbin - Meet & Greet – Metal Bar – 24 de abril de 2023

Nesta noite de outono Neill Turbin esteve no Metal Bar e se propôs a me responder algumas perguntas, tirar umas fotos e dar uns autógrafos com muita boa vontade, atendendo a todos que se aproximavam, até dividindo cervejas com alguns de nós. Junto com os membros da banda Hammathaz, Neil esbanjou paciência, simpatia e carisma. Demonstrou também um grande respeito e amizade com os caras da banda, um deles tocou junto com ele nas apresentações no Brasil e foi muito competente. E entre brincadeiras e cervejas, Neil Turbin esbanjou bom humor e me acolheu de forma muito simples como você pode ler a seguir:

Marcos Falcão: Olá Neil Turbin, sou Marcos Falcão da Veros Music e do Roadrockblog, agradeço desde já a oportunidade de falar contigo. Para começar, como foram esses encontros com os fãs brasileiros?

Neil Turbin: Foram impressionantes. Foi algo acima das minhas expectativas, mas que eu suspeitava pois eu tenho a melhor das experiências com esses caras aqui do Hammathaz. Eles são espetaculares, é muito bom tocar com eles. Pessoas que eu realmente amo e que fazem seu trabalho de forma esplêndida. Juntos apenas tocamos Heavy Metal de verdade.

Marcos Falcão: Como você descreve seu som até aqui? Faz muito tempo que você saiu do Anthrax e sabemos que seus trabalhos não se restringem apenas a tocar o Fistful of Metal...

Neil Turbin: É bem diferente mesmo. Temos estilos opostos. Comigo você não vai ouvir Got the Time, ou Bring The Noise, talvez algo parecido com Madhouse, mas ainda assim, não como eles. Nem as músicas do Fistful of Metal, comigo elas soam mais rápidas e pesadas, é minha personalidade que está lá, são trabalhos que eu escrevi. Vocês nunca me verão de bermudas, chinelos e tal...

Até nisso somos diferentes. Eu gosto de skates, mas prefiro caminhões, com cavalos de potência, entende? Não tenho mais 16 anos pra andar de skates, meu negócio são carros velozes. Não sou um gato mansinho, mas sim um cachorro bravo! Tenho personalidade, sou eu mesmo, nada de personagens. Falo o que penso, toco o que gosto. Não copio ninguém. Nunca quis ser grande como o Iron Maiden por exemplo. Paul Di’anno fez um grande trabahlo com eles, Bruce Dickinson também, assim como Blaze Bayley, este que infelizmente teve problemas com seu coração, mas agora está em casa se tratando, graças a Deus. São todos pessoas incríveis, inclusive tive a oportunidade de cantar com Paul Di’anno, eu amo aquele cara! Ele passou por maus bocados durante anos e eu achei maravilhoso o apoio que o Iron Maiden deu a ele. É muito importante cuidar dos seus irmãos.

Marcos Falcão: Em relação a tudo isso você se coloca de uma forma muito amável. Sabemos que seu potencial vocal é muito grande, seus fãs adoram...

Neil Turbin: Cara, eu amo todos. Não vejo diferenças nas pessoas, sou super aberto. Recebo todos desse jeito. Não ligo para religião, etnia, orientação sexual. Temos que ser unidos acima das diferenças. Somos o povo e assim como nos unimos com nossas cervejas temos também que nos unir por nossa música, sem copiar ninguém. Nós mesmos, verdadeiros e fortes. Olhe o mundo à sua volta, poluição, guerras biológicas, injustiças. A música é uma forma de lutar contra tudo isso, pois ela é o amor. Hoje em dia se envenena até o clima, é preciso que nos posicionemos contra tudo isso.

Marcos Falcão: Os fãs realmente gostaram muito da música que você trouxe, não só as do Fistful of Metal, mas do restante de seu trabalho também. Podemos esperar o que de seu trabalho daqui para o futuro?

Neil Turbin: Verdade e sentimentos! Trabalho com amor. É terrível quando sofremos uma traição. E eu não tenho a intenção de trair meus fãs. Sei o que eles esperam e justamente é o mesmo que eu espero de mim mesmo. Trabalhamos todos com a verdade e isso não vai mudar. Somos fiéis uns aos outros então o que eles podem esperar é mais Heavy Metal, forte, rápido, verdadeiro!

Marcos Falcão: Para encerrar, quero saber se você volta ao Brasil.

Neil Turbin: Sim, voltarei em breve. Aqui é fantástico. Amei todo mundo! Gosto de estar cercado de pessoas que gostam de música de verdade. Gosto de animais e crianças, e gosto de boa cerveja! E aqui vocês têm tudo isso. Essa cerveja do Iron Maiden, desafio qualquer um a encontrar na América, aqui tem em vários lugares e ela é ótima!

 

Depois disso partimos para as fotos e autógrafos. E ele ainda ficou ali conversando e bebendo com os fãs até fechar o bar. Muito simpático, solícito, cheio de ideias e ideais, Neil Turbin não se cansou de nos mostrar sua preocupação com o mundo e com o rumo que as coisas estão tomando hoje em dia. Não um ativista político, mas sim um músico de personalidade e coração, antenado e consciente do mundo à sua volta. Seguro de seu trabalho e muito interessado no carinho dos fãs.

 

 

Comigo nas fotos: Neil Turbin e Susi dos Santos, do Som do Darma. Também a jornalista Amanda Basso com Niel Turbin.

 Texto: Marcos Falcão

Fotos: Kátia Clarindo Falcão (show) e Amanda Basso (Meet & Greet)